quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Esses são meu marido e meu filho

Meu marido e meu filho

E
ssas são as pessoas mais importantes da minha vida. Nós nos conhecemos por acaso, nos conhecemos na rua quando brincávamos de pique-esconde. Ele veio pedir para brincar e nós deixamos...

Fui puxando assunto e aí, eu dei um beijo na bochecha dele, tínhamos 12 anos cada quando isso aconteceu. Fui aprendendo várias coisas e depois de 3 anos começamos a namorar. Namoramos 1 ano e eu engravidei desta coisinha linda. Bom, Estamos juntos há 3 anos. Contei essa história porque para mim ela é importante e é isso...

Fim
Carolline do Nascimento Farias

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mães...



Quando ele tinha 11 anos descobriu que era adotado e chorou muito, mas logo passou, pois gostava muito da sua mãe de criação. Quando fez 19 anos soube que sua verdadeira mãe estava lhe procurando todo esse tempo e que sua mãe de criação mentia para ele todo esse tempo.

Na verdade quando ele ainda estava na barriga da sua mãe ela resolveu dar para alguém, pois não tinha condições para criá-lo, pois já tinha dois filhos com menos de 5 anos e não tinha como ter mais um. Primeiro ela resolveu tirar, mais uma mulher que morava em sua rua, Dona Maria, soube disso e foi conversar com ela e disse que não tirasse, pois quando nascesse ela criaria já que nunca iria poder ter um filho, pois tinha uma doença muito grave.

Hoje ele mora com a mãe de criação, mas sempre vê sua mãe de sangue, hoje ele tem 32 anos.

domingo, 16 de agosto de 2009

A história da minha família começou quando o meu caçula nasceu, um menino muito bonito. Quando minha mãe foi nos visitar falava que o neto parecia um anjo, foi o momento mais lindo da minha vida, até os médicos e enfermeiras se encantaram com meu filho. Só que esse encanto demorou muito pouco para ser verdade porque meu filho veio ficar doente, muito doente mesmo, parecia que o mundo tinha desabado sobre mim. Minha mãe e veio ficar junto comigo para o hospital para internar o meu filho.

Ele ficou internado quatro meses e os médicos fizeram todos os tipos de exames e não descobriram nada, mesmo assim ele ficou fazendo mais exames, até que apareceu uma médica muito boa e perguntou para mim se eu acreditava em rezadeira. Eu falei que sim, então fui procurar uma igreja e rezei muito, e pedi a Deus que livrasse o meu filho daquele sofrimento.

No outro dia os médicos fizeram outro exame no meu filho e eles tiveram uma surpresa. O meu filho nem parecia aquele menino doente. Os médicos me perguntaram o que eu havia feito e falei para eles que tinha rezado muito para que eu fosse embora com meu filho nos meus braços para minha casa. E Deus me atendeu ao pedido e hoje agradeço todos os dias da minha vida pela vida do meu filho.

Essa é a minha história,
Nilda

Minha sobrinha



Uma foto da festa de 6 anos da minha sobrinha

Essa foto é da festa da minha sobrinha do coração. Essa menininha é tudo para mim pois foi a primeira sobrinha que eu tive. Ela é muito agarrada comigo e eu também sou com ela. Por isso resolvi registrar essa amizade em uma história (essa é a história que eu acho ser boa)

Tudo que faço ou tenho sempre quero dividir com minha sobrinha, porque eu a amo. Essa é a foto da festa dela. Fui o primeiro a ganhar a foto porque sou o queridinho da sobrinha e ela também me ama.

Alex

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

(Quase)Nada a declarar!

As duas histórias abaixo são antagônicas e complementares, leiam e reflitam. Leituras tão distintas de vivências tão próximas.

Bala perdida...


Oi, meu nome é Claudiana e essa foto é minha e vou contar um pouco dessa história um pouco engraçada.

Era manhã e eu tinha acabado de acordar quando chegou uma amiga perguntando se eu podia ir para casa dela, aceitei na hora. A gente estava andando pela rua e perguntei se ela podia tirar uma foto e ela tirou, pois bem, depois que ela tirou a foto a gente continuamos a andar e fomos surpreendidos por muitos tiros de vários lados, até porque ela morava na favela do Japão - antes que você pergunte, lá não tinha japonês. Foram muitos tiros que a gente nem sabia para onde ir, pow, é muita adrenalina estar no meio dos tiros, é muito legal.

Conseguimos chegar na casa dela e fiquei lá até os tiros acabarem.

Bala achada...

Bom, a história começa assim. B. era um menino como todos os outros, brincava e estudava. Tinha uma vida normal até que aconteceu uma fatalidade. No dia 19 de agosto de 2007, ele, sua mãe e sua avó foram fazer compras no supermercado. Só que para o seu azar ele mora numa favela chamada vila Kennedy, e esta favela estava em guerra com a outra favela chamada Vila Aliança.

Foi nesse dia em que ele pegou o ônibus para ir ao supermercado e o caminho passava pela outra favela, e justo neste dia acho que estava marcado o confronto entre eles. Tudo aconteceu quando eles voltavam do supermercado por volta de 8:00 da noite, quando aconteceu a desgraça. Começou o tiroteio e eles estavam no ponto de ônibus. Todos corriam desesperados, nessa hora a mãe de Bruno o viu cair no chão gritando. Lá estava ele com um tiro na espinha, resultado: o menino ficou aleijado. Resumindo passou a andar de cadeira de rodas e nós da família ficamos arrasados com isso.

Mas hoje, eu e todos da família o admiramos. Ele voltou a ter uma vida normal, voltou a estudar , a brincar como se nada tivesse acontecido e também nem gosta que sintam pena dele. Termino aqui minha história falando desta criança que eu admiro muito, para mim B. é um exemplo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Novidades!
Agora, quem quiser acompanhar o Saracuruna News, projeto da Professora Kátia Paz, pode fazer isso pelo nosso blog. Sim, a convergência chega a Saracuruna!!!!!

Meu nome é R., vou contar a história de uma pessoa muito importante na minha vida, A., meu filho mais velho. Ele sempre foi um bebê lindo, teve muita atenção da família. Por ser o primeiro neto dos meus pais, era tratado igual a um reizinho. O pai dele nunca o registrou em seu nome, mas tudo bem, nós também nunca fizemos questão disso.
O tempo foi passou e ele foi morar com meus pais, isso foi quando me “juntei” com meu novo marido. Eu estava grávida de novo e por isso ele acabava ficando mais com minha mãe do que comigo. Nessa época meu irmão morreu e minha mãe começou a participar de estudos bíblicos se tornando uma testemunha de Jeová. A. também se converteu, pela convivência, começou a estudar e se batizou na igreja, falava sobre a bíblia com todo mundo que passava. Bastava cumprimentar que ele já ia falando, sobre tudo aquilo o que era bom e o que era ruim.
Porém, foi na adolescência que ele começou a mudar, ele virou espírita. Foi morar com um rapaz aos 14 anos, fiquei muito triste porque ele foi embora. As pessoas me mandavam ir à polícia, mas como eu iria dar parte de alguém já que foi ele que saiu de casa por vontade própria. Mesmo sendo menor, meu filho olhava pra mim e dizia que amava aquela pessoa.
Ele ficou dois anos com esse rapaz, que na prática era uma mulher como ele mesmo falava “um corpo de homem e uma cabeça de mulher”. Mas ele decidiu voltar pra casa e meu marido, que A. sempre considerou um pai, o aceitou de volta lá em casa. Era ele que tinha aceitado ficar com meu filho depois que o pai dele não tinha nem o registrado. Mas voltando ao assunto.
Logo que ele voltou para casa começou a namorar uma garota, ela acabou indo morar lá em casa também, pois acabou ficando grávida. Ele ficou todo feliz, até os cinco meses de gestação dela... Pois ele começou a trabalhar, abandonou a menina grávida na minha casa e foi morar com outra pessoa. Agora era eu que estava enrolada: ela na minha casa chorando, sofrendo, a barriga ficando enorme. Finalmente nasceu minha neta, Ana Beatriz, minha fofa.
Ele hoje mora com um menino, nunca viu a filha e não tenho notícia dele. Agora com 19 anos de idade morando com essa pessoa que não deixa falar comigo, nem com a minha família porque acha que podemos dar nos intrometer na relação deles. Só peço mesmo a Deus que ele tenha caráter, e se está feliz assim, que seja a vontade dele.

Minha prima preferida


Essa é a minha prima Bruna, essa menina é muito especial e importante para mim. Considero-a como uma irmã, uma amiga, tudo para mim. Mas às vezes nós nos desentendemos, só que logo voltamos a nos falar. É para ela que conto meus segredos e sou eu quem escuta os dela. Dou e recebo conselhos dela e por incrível que pareça essa menina é muito importante na minha vida. Essa é a minha história verdadeira dessa prima querida.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Uma mentira por amor


Tudo aconteceu por causa de uma mentira. Faltei a um compromisso que marquei com minha namorada para ir farrear. No dia seguinte ela me ligou perguntando por que eu não tinha ido. Achando melhor não dizer a verdade, inventei que torci o pé jogando bola. Logo em seguida tive que sair. Preocupada com minha situação ela foi me visitar e não me encontrou, o pior foi que uma amiga dela contou que me viu na rua com o pé perfeitamente normal.

Então fui obrigada a fazê-la acreditar que estava falando a verdade. Enfaixei o pé e com a ajuda de um amigo fui até sua casa. Chegando lá com “muita dificuldade”, mancando, a encontrei me esperando no portão, já de cara amarrada. Tentei fazê-la entender o que tinha acontecido. Ela não acreditou e já tinha opinião formada, estava disposta a terminar. Então caminhei como se estivesse indo embora, conformada. Logo a frente sentei na grama e pedi ao meu amigo para chamá-la e dizer que eu estava chorando. Então, ela veio e me perguntou “Cadê as lágrimas?”. Sentou do meu lado para conversar. Pedi desculpas por ter faltado ao compromisso e pedi para ela confiar em mim e que realmente eu tinha torcido o pé e que a amiga dela havia me confundido com outra pessoa. Fiz um drama, quase chorei quando ela encostou no meu pé supostamente machucado. Ela ficou muito preocupada e eu me aproveitei da sua preocupação. Tentei levantar e caí de propósito para ela sentir pena. Só assim ela me perdoou. Então nos beijamos e meu amigo e eu fomos embora e eu ainda mancando, por medo de uma alguém me ver e contar a ela que menti.

A partir daí ficamos bem, enquanto durou. Aprendi que para o amor dar realmente certo, não vale mentiras.

J.

sábado, 4 de abril de 2009



Essa é minha mãe, ela tem 32 anos e seu nome é Eliane, foi sua história que escolhi contar. Ela nasceu em Guapi, me teve com 16 anos de idade e nós dois passamos por muitas coisas juntos. Meu pai chegava quase sempre bêbado e me batia muito quando ela não estava em casa. Uma vez eu quase morri e ele falou para ela que eu tinha caído da cama. Por tudo isso, um dia quando ele estava dormindo, ela me pegou e viemos morar em Saracuruna, onde muita coisa aconteceu: ela botou ele na justiça, começou a trabalhar como cobradora de ônibus, trabalhava o dia todo para comprar alguma coisa para nos dar o que comer, além de ter que pagar o aluguel.

Foi quando ela conheceu o Denis, meu padrasto, eles ficaram um bom tempo juntos, quando ela engravidou de Wesley, meu irmão, que hoje tem 11 anos. Foi quando a gente foi morar com ele na casa dos pais dele, mas lá ficava um clima estranho, os pais dele não gostavam dela. Ás vezes, quando ela ficava sozinha chorava perguntando a deus “por que?”.

Ela continuava trabalhando muito e quase não tinha tempo pra ficar com a gente, até que aconteceu uma tragédia. Esperando o ônibus de noite, em um ponto em que a marquise de concreto estava quase caindo, o ônibus veio, e sem querer, encostou na marquise que caiu em cima dela. Foi muito triste, ela ficou entre a vida e a morte, mas deus não deixou morrer. Ela ficou internada por alguns meses, teve a bacia quebrada e ficou muito tempo no soro e seu braço inchou.

Mas depois de um bom tempo teve alta, ficou andando de muleta porque não conseguia andar direito. O tempo passou, minha mãe e meu padrasto conseguiram fazer uma casa e fomos morar nela. Minha mãe voltou a andar e tudo deu certo.

Essa foi um pouco da minha história.
Luis Henrique

Saracurunando por aí!

O pedido escrito no quadro-negro foi o seguinte:


“Escrevam em uma folha separada uma história que vocês julguem importante sobre suas vidas, e/ou de pessoas importantes para vocês, e que merecem ser contadas e registradas. Ilustre sua história com uma foto da pessoa ou dos acontecimentos contados.”


Dessa proposta um universo de almas e histórias toma as mais variadas formas e cores e servem como pontapé inicial. Começa aqui um pequeno projeto, sobre uma aparente pequena comunidade, composta por aparentes pequenos sonhos, histórias, tristezas, alegrias, sorrisos, de longe sempre pequenos. Observados sem compromisso, nada além de mais uma pequena placa que anuncia mais um bairro que logo fica para trás no caminho de quem passa.


Porém, um olhar mais cuidadoso revela equivocadas tais pequenezas e ao mesmo tempo nos permite perceber uma realidade em que transbordam sentimentos e vidas que não devem ser diminuídas. Nela existem pessoas que valem a pena, que aos poucos descobrem, aprendem e nos ensinam lições em cada encontro. Lições de perseverança, carinho, coragem e vontade. E o mais importante, descobrem nelas próprias uma grandeza que por vezes nem elas sabiam ter.


Esse “blog” surge desses encontros – em sala de aula e fora dela –, da percepção de que a história não é apenas aquilo que os livros nos contam, ela é construída em seus fatos e sentidos por cada um, a cada dia e experiência vivida.


Portanto, as histórias aqui reunidas têm como objetivo apresentar as diversas significações e sentidos que cada indivíduo tem a oferecer sobre suas vidas, assim como nos ajudar a conhecer as pessoas com que convivemos, nos permitindo valorizá-los como indivíduos merecedores de nosso respeito, carinho e incentivo. E o mais importante, ajudá-las a notar que elas merecem tudo isso.

Mostrando assim que Saracuruna não apenas tem boas histórias a serem contadas e lidas, como também uma comunidade que tem muito mais valor do ela própria as vezes é capaz de perceber.

Boas leituras,
Professor Manuel Augusto Salgado Pimenta